Para que servem os corações? E para onde voam os dias? Um e um é um ou dois ou mesmo três. Mas um nunca serão dois. Ainda que dois possam ser dois ou um ou três. Porque é que as estrelas caem? Quando acordamos, para onde vão os sonhos? Os pesadelos? Uma verdade, ainda que verdade não seja, parece sempre irrefutável, se a dissermos com o ar de sabedoria tão típico do velho Miyagi. Porque é que o medo é amigo do escuro? Ou é o escuro que é amigo do medo? Os carrosséis, os carrosséis só têm bilhetes de ida (e se eu quiser voltar?) . A crise também afeta o preço dos sorrisos? E de onde é que vêm os amendoins? Em pequenos, envergávamos os joelhos esfolados como medalhas. De onde é que vem a música? Quem é que inventou os amanhãs? O sol brilha e a relva é verde. A relva brilha e o sol é verde. Porque é que um piquenique não é piquenique se não houver uma toalha aos quadrados? E porque é que as formigas não sabem ser sozinhas? Estranho é bom, já dizia o meu professor de filosofia. Um e um é um ou dois ou mesmo três.