Depois de inúmeras parvoíces num momento que era suposto ser sério, saímos sorrateiramente para a rua juntas, a rirmo-nos do que doía por dentro. A nós nunca mais nos fariam esperar. E então um 'iga iga iga', seguido de um abraço que selou a nossa amizade - uma ponte entre duas margens outrora distantes - na tão nossa Coimbra.
sábado, 22 de outubro de 2011
quarta-feira, 27 de julho de 2011
shut up I'm dreaming,
Para que servem os corações? E para onde voam os dias? Um e um é um ou dois ou mesmo três. Mas um nunca serão dois. Ainda que dois possam ser dois ou um ou três. Porque é que as estrelas caem? Quando acordamos, para onde vão os sonhos? Os pesadelos? Uma verdade, ainda que verdade não seja, parece sempre irrefutável, se a dissermos com o ar de sabedoria tão típico do velho Miyagi. Porque é que o medo é amigo do escuro? Ou é o escuro que é amigo do medo? Os carrosséis, os carrosséis só têm bilhetes de ida (e se eu quiser voltar?) . A crise também afeta o preço dos sorrisos? E de onde é que vêm os amendoins? Em pequenos, envergávamos os joelhos esfolados como medalhas. De onde é que vem a música? Quem é que inventou os amanhãs? O sol brilha e a relva é verde. A relva brilha e o sol é verde. Porque é que um piquenique não é piquenique se não houver uma toalha aos quadrados? E porque é que as formigas não sabem ser sozinhas? Estranho é bom, já dizia o meu professor de filosofia. Um e um é um ou dois ou mesmo três.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
um-e-um-deviam-ser-sempre-um
Medo. Tenho saudades das coisas simples que fazia com o coração. Saudades de mim. Um calor no peito e um sorriso silencioso que não voltam, que não encontram forma de voltar. Sei que amo quando sou eu, quando não sou senão eu, quando nada guardo e tudo dou. Sabes, vais ficar espalhado pelas ruas, entre as capas negras, pela noite dentro. E eu vou-me encontrar contigo em todos os cantos, nas nossas recordações. Em Coimbra choverá de vez em quando, eu chorarei também a saudade. E de hoje a cinco meses eu pelas ruas, eu no escuro, eu de mão dada comigo, as doze badaladas e eu a fitar uma porta e uma história só nossa, segredando 'sinto falta de nós'. Porque nós sempre. E eu aqui.
(quase parece que te foste, quando no fundo estás tão longe como dantes)
quinta-feira, 19 de maio de 2011
foge foge,
Sou pequenina e gosto de Coimbra. Nove mil é o número que se foi acumulando e eu tenho um pai que paga para poder trabalhar. A mãe anda a deixar de fumar, é complicado. As mentiras entram todos os dias, como se quisesse desculpar-se por algo que não é desculpável. Uma pessoa só não é boa se não quiser. Ele não quer. Há toda uma casa sem telhado ou que só tem telhado porque alguém sua todos os dias para o segurar. E o outro passeia e vem com argumentos todos filosóficos. Não servem de nada, as conversas nunca serviram de nada. Exigia-se uma presença e a verdade é que já terias chumbado por faltas. Para mim chumbaste. Desculpa, mas já nem sei chamar-te pai.
segunda-feira, 14 de março de 2011
the dog days are over,
Digam boa noite aos lírios e aos tigres. Não gosto do escuro, nem do silêncio. Há coisas tão sem sentido. Dia vinte, saltei sem pára-quedas e dei por mim em Coimbra. O coração é um lugar estranho. Não sei se me agrada. Lembra-te de quem és. É feio apontar. Tempo, vai sempre dar tudo ao tempo. Tic tac, os ponteiros do relógio. As perguntas retóricas dão-me dores de cabeça. Às vezes o melhor é não pensar. Não me apetece estar sozinha. Hoje, agora. Posso apanhar o próximo comboio para nenhures? Não podes ficar acordada para sempre, Inês. Tenho os pés frios, nunca consegui adormecer com os pés frios, pergunto-me porque será. Já ia um abraço de urso. E um piano a puxar para o mudo. No escuro. Adeus medos. Farta deste labirinto. E ainda não descobrimos a solução daquela equação. Se acabou, acabou. Não gosto de números se não estiverem por extenso. E não gosto de alguma letras quando maiúsculas. Já te disse que sou forte? Não? Mas sou. Déjà vu. Muita coisa muda e irá mudar. Não me perguntes amanhãs, não os conheço. Boa noite.
quinta-feira, 10 de março de 2011
o porquê,
Há já algum tempo que não faço sentido, que não sei muito bem o que ando pr'aqui a fazer. O amor é uma coisinha estranha que toda a gente procura mas ninguém sabe bem o que é. A meu ver, assemelha-se um pouco com andar à caça de gambuzinos. E isto fruto de umas convenções quaisquer, criadas por sabe-se lá quem que achou que precisávamos de um propósito maior. Amar? Amem os tolos (e que tola sou eu). E tudo isto passa para segundo plano quando, à noitinha, temos dois ou três camaradas e uma guitarra de ilusões, num chão de pedra fria.
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