segunda-feira, 4 de novembro de 2013

mac, cinema e pooh

Deixei-me algures numa qualquer caixa e empurrei-a sem querer saber para debaixo da cama, do armário, do coração. É tão mais fácil ser feliz sem mim. Culpo os filmes pela visão bonita da realidade que não conseguimos nunca encontrar nesse tal mundo real. É por isso que gosto de ti. Não és uma personagem de ficção, nem eu queria que fosses. Não há flores, músicas românticas ou grandes gestos, não há corridas de braços abertos na praia em câmara lenta ou longas esperas no aeroporto. Não há nada disso. E ainda bem. Gosto da minha realidade com a dose certa de real, de verdadeiro, de 'isto aconteceu'. Sou uma pessoa de coisas simples. Não gosto de grandes embrulhos nem de laços espalhafatosos em volta do meu dia a dia. Gosto sim de saberes que a porta da frente do lado direito do meu carro nem sempre fecha. Gosto que saibas o meu pedido do mac de cor. E que saibas exatamente como me adormecer. Gosto que te aninhes comigo a ver séries de que eu não gostava e de que tu não gostavas. Gosto de cozinhar contigo e do facto dos hamburguers serem simplesmente 'bugas'. E das pipocas serem uma refeição a sério para ti. Gosto que todas as semanas sejam boas para um cinema. Gosto de fazer de conta que somos gente grande e andar por aí de avião contigo. E do Pooh que me deste e dorme sempre comigo. Gosto que nunca estejas a mais de uma mensagem de distância. Gosto do beijinho na testa que vem sempre que é preciso. E gosto de andar contigo pela mão. Para todo o lado. Sempre.

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