Estou preocupada comigo. Sei que não é algo muito bonito, sei que é até um pouco egoísta, mas agora, só por um momento, vou-mo permitir. Estou preocupada comigo. E estou preocupada porque está a falhar qualquer coisa. Decidi que não me ia deixar ir abaixo, que não ia voltar a passar pelo que já passei. Decidi que não ia ter período de negação, que ia aceitar e fazer os possíveis para seguir em frente o quanto antes. Quase nem me dei tempo de luto, por não o achar necessário. E estou bem, estou feliz, estou bem disposta. Claro que há coisas que doem um pouco, claro que me sinto um bocadinho mais sozinha, claro que há um vazio. Mas quase nem o sinto, quase nem custa. Quase. Mas lá está, onde estão as lágrimas, a dor, o medo? Onde estão os sinais de que acabou, de que não vai voltar? Pergunto-me se o amor seria mais pequeno do que me parecia. Mas não, era um grande amor, tão grande como eu alguma vez me permiti sentir. E era um amor bom. Era o tipo de amor certo para mim. E por isso não percebo, por isso estou preocupada. Porque é que estou tão bem? Às vezes sou mesmo ridícula, preocupada por estar bem. Mas tenho medo que esta sensação se vá de repente, sem avisar, e que dê por mim a chorar só porque sim. Não quero. Mas esta apatia nem sempre me sabe bem. E gostava de a perceber. Só por um bocadinho, só para ficar mais descansada. Alguém que me explique, por favor, para onde foi o amor?
domingo, 19 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
How long will I want you?
As long as you want me too
As long as you want me too
Descobri em mim uma força que não sabia que tinha, uma força que não me conhecia. E com essa força fui enfrentar outros medos. O escuro, a solidão, o silêncio. E já está, já passou, parece que nem foi nada. Descobri-me maior e mais forte do que me conhecia. No peito um orgulho, um quentinho, apesar do frio que faz lá fora. Afinal, algures pelo caminho cresci mais do que pensava, algures pelo caminho aprendi a lidar comigo. Afinal de contas, no final do dia, só sobro eu. E como dizia a publicidade, se eu não gostar de mim, quem gostará? Os fins podem ser complicados, mas não deixam de ser começos, descobertas, surpresas. Eu descobri-me a mim, descobri que vinte e um anos depois existe uma Inês que consegue aguentar um percalço sem ir ao chão, sem lágrimas, sem grandes hesitações em levantar-se de novo. Fechei a sete chaves aquilo que devia doer. Às vezes os problemas não têm mesmo solução, às vezes não podemos traçar um plano para depois gritar "ao ataque!", às vezes há guerras completamente perdidas. Mas isso não tem de ser mau. Na verdade, não estou a ver nada que tenha de ser mau. Sou eu que estou a conduzir este carro - esta vida -, sou eu que decido por onde vou, como vou, porque vou. E porque sim parece-me sempre a melhor resposta. Lembro-me de um eu mais pequeno, agarrado a cartas, canções de amor e conversas intermináveis para conseguir ultrapassar mais um dia do fim. E agora nem o escuro, nem a solidão, nem o silêncio me assustam. É certo que as saudades aí vêm e vão demorar algum tempo a desaparecer. Mas fiz tudo o que podia e nunca me hei-de arrepender de um segundo que seja. Afinal de contas, fui sempre eu, fui sempre tua. E agora vou ser minha outra vez.
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