sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

How long will I want you?
As long as you want me too



Descobri em mim uma força que não sabia que tinha, uma força que não me conhecia. E com essa força fui enfrentar outros medos. O escuro, a solidão, o silêncio. E já está, já passou, parece que nem foi nada. Descobri-me maior e mais forte do que me conhecia. No peito um orgulho, um quentinho, apesar do frio que faz lá fora. Afinal, algures pelo caminho cresci mais do que pensava, algures pelo caminho aprendi a lidar comigo. Afinal de contas, no final do dia, só sobro eu. E como dizia a publicidade, se eu não gostar de mim, quem gostará? Os fins podem ser complicados, mas não deixam de ser começos, descobertas, surpresas. Eu descobri-me a mim, descobri que vinte e um anos depois existe uma Inês que consegue aguentar um percalço sem ir ao chão, sem lágrimas, sem grandes hesitações em levantar-se de novo. Fechei a sete chaves aquilo que devia doer. Às vezes os problemas não têm mesmo solução, às vezes não podemos traçar um plano para depois gritar "ao ataque!", às vezes há guerras completamente perdidas. Mas isso não tem de ser mau. Na verdade, não estou a ver nada que tenha de ser mau. Sou eu que estou a conduzir este carro - esta vida -, sou eu que decido por onde vou, como vou, porque vou. E porque sim parece-me sempre a melhor resposta. Lembro-me de um eu mais pequeno, agarrado a cartas, canções de amor e conversas intermináveis para conseguir ultrapassar mais um dia do fim. E agora nem o escuro, nem a solidão, nem o silêncio me assustam. É certo que as saudades aí vêm e vão demorar algum tempo a desaparecer. Mas fiz tudo o que podia e nunca me hei-de arrepender de um segundo que seja. Afinal de contas, fui sempre eu, fui sempre tua. E agora vou ser minha outra vez.

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