Crescer é difícil. E quando damos por nós estamos sozinhos a enfrentar todo um futuro que nunca planeámos. As pessoas foram-se sem um único adeus e é tarde demais para correr atrás do barco que partiu. De repente dei por mim sozinha num futuro que não me lembro de escolher. E não posso fazer nada senão respirar fundo e viver mais um dia. É difícil quando dou por mim a depender de um único alguém. Principalmente quando tinha prometido a mim mesma nunca mais depender de ninguém. Já não sei para onde fugir, onde me esconder. Aliás, já não tenho idade para estas coisas. Não me resta senão enfrentar os amanhãs e os dias que aí virão. Por muito que me assustem. Por muito medo que me metam. Por muito que me lembrem os monstros que se escondiam debaixo da minha cama. Foram-se tantos anos e eu não soube guardar nada. Foram-se vinte e um anos e eu não guardei nada. Acabo por me sentir mais sozinha, cada vez mais menina perdida, cada vez mais peter pan. E a terra do nunca nunca chega. E o difícil e o complicado nunca páram. Voltas e voltas e tudo continua o mesmo. Porque mude o que mudar nunca deixarei de ser a rapariga que não se encaixa, a rapariga que não se adequa, a rapariga que ninguém vê. No fundo sou e sempre serei apenas mais uma. A mais comum das comuns. Mais um nada no vazio. Uma e outra vez. Para sempre.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
mac, cinema e pooh
Deixei-me algures numa qualquer caixa e empurrei-a sem querer saber para debaixo da cama, do armário, do coração. É tão mais fácil ser feliz sem mim. Culpo os filmes pela visão bonita da realidade que não conseguimos nunca encontrar nesse tal mundo real. É por isso que gosto de ti. Não és uma personagem de ficção, nem eu queria que fosses. Não há flores, músicas românticas ou grandes gestos, não há corridas de braços abertos na praia em câmara lenta ou longas esperas no aeroporto. Não há nada disso. E ainda bem. Gosto da minha realidade com a dose certa de real, de verdadeiro, de 'isto aconteceu'. Sou uma pessoa de coisas simples. Não gosto de grandes embrulhos nem de laços espalhafatosos em volta do meu dia a dia. Gosto sim de saberes que a porta da frente do lado direito do meu carro nem sempre fecha. Gosto que saibas o meu pedido do mac de cor. E que saibas exatamente como me adormecer. Gosto que te aninhes comigo a ver séries de que eu não gostava e de que tu não gostavas. Gosto de cozinhar contigo e do facto dos hamburguers serem simplesmente 'bugas'. E das pipocas serem uma refeição a sério para ti. Gosto que todas as semanas sejam boas para um cinema. Gosto de fazer de conta que somos gente grande e andar por aí de avião contigo. E do Pooh que me deste e dorme sempre comigo. Gosto que nunca estejas a mais de uma mensagem de distância. Gosto do beijinho na testa que vem sempre que é preciso. E gosto de andar contigo pela mão. Para todo o lado. Sempre.
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